Social Bar

News Letter do CRBio-2 de 3/9/2007 17:59:01

News Letter do CRBio-2


  3 de setembro – Dia Nacional do Biólogo
Luciano Fuzér | 3/9/2007 17:50:59

No ar que respiramos

Na água que bebemos

Ou na terra que pisamos

Ela está presente.



Às vezes não a vemos

Em outras nos maravilhamos.



Pode ser complexa, ou muito singela

No carro, na escola, no laboratório

Está sempre presente.

Na morte não se vai

Transforma-se.



Alguns a chamam de milagre

Mas não importa

Onde Ela estiver, estaremos juntos.



3 de setembro – Dia Nacional do Biólogo

Respeitando a Vida

(Luciano Fuzér)



  Desertificação ameaça 2 bilhões, diz ONU
G1-Globo online | 3/9/2007 17:51:29

A desertificação afeta atualmente 200 milhões de pessoas, mas até um terço da população do mundo -- ou 2 bilhões de pessoas -- vive em zonas de risco, segundo um estudo das Nações Unidas.

Para estudar esse problema e elaborar uma estratégia de dez anos para conter a seca que ameaça a população mundial, 2.000 delegados estarão na capital espanhola a partir da segunda-feira (3), participando da VIII Conferência da ONU sobre a Luta contra a
Desertificação. Políticos e especialistas de quase 200 países, além de representantes de 800 organizações não-governamentais, participam do evento.

"A maioria das pessoas não se dá conta da magnitude do problema, que está crescendo muito rapidamente", declarou Zafaar Adeel, chefe da Rede internacional da Água da Universidade da ONU, que coordenou o estudo das Nações Unidas. Ele destaca que "há uma concepção errônea segundo a qual a desertificação só acontece em zonas remotas da África", mas na verdade "afeta amplas áreas da Ásia, América Latina e algumas partes do sul da Europa".

"Sabemos porque os solos se degradam e o que fazer para evitar que isso aconteça. Agora devemos passar do conhecimento para a ação", declarou a ministra espanhola do Meio Ambiente, Cristina Narbona, durante uma entrevista coletiva que apresentou a conferência.

A África Subsaariana e a Ásia Central são as regiões mais vulneráveis à desertificação, mas o problema atinge todos os continentes, adverte o estudo, elaborado por cerca de 200 especialistas de 25 países. Os prejuízos resultantes da degradação da terra são estimados em US$ 65 bilhões de dólares, segundo o estudo.

O processo também afeta zonas não desérticas com tempestades de areia que prejudicam a qualidade do ar, como as do deserto de Gobi, na China, e do sul da Mongólia, que poluem o ar no Japão, na Coréia do Sul e até na costa oeste da América do Norte. O fenômeno também leva alguns povos a emigrar para zonas mais verdes, como é o caso dos emigrantes subsaarianos, que partem em direção ao norte da África e à Europa, explica Adeel. Caso não se tome nenhum tipo de medida, a ONU alerta que 50 milhões de pessoas podem imigrar na próxima década.

Outras causas da desertificação são o cultivo intensivo, o desmatamento, as práticas de irrigação não-sustentáveis, a superpopulação e as mudanças climáticas. A Espanha é um dos países mais vulneráveis da Europa. Mais de um terço da superfície do país está sob "risco significativo" de desertificação, segundo o ministério espanhol do Meio Ambiente.


  Mulher cuida de 580 cachorros abandonados no Rio
G1-Globo online | 3/9/2007 17:52:01

Mais um cão doente encontrado na rua. Uma cena que se repete pelo menos 50 vezes por dia na sede da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), na Zona Norte do Rio de Janeiro.

"O bicho depende da gente, é como se fosse uma criança. Se a gente não correr para socorrer, não tem jeito", diz a técnica em contabilidade Ana Lúcia Genaro.


Abandonados, espancados, feridos com gravidade. Vira-latas ou cães de raça; filhotes ou adultos – não importa. Mais de 5 mil cachorros já foram deixados na Suipa este ano. Um canil superlotado, um imenso asilo de animais que ninguém quer. Todos esperam por adoção, menos os pitbulls, ex-cães de rinha apreendidos pela polícia. Mas eles são só chamego com a presidente da Suipa, Isabel Cristina Nascimento.

Pelé, o "do gato", assim chamado por cultivar amizades incomuns para um pit bull, é o mascote da Suipa. "Na realidade, ele é um pitbobo", brinca Isabel Cristina.

Nos ares

Ela ama os animais, mas começou amando aviões. Aeromoça, percorreu os quatro cantos do mundo. Depois saiu da aviação, comprou uma casa no Rio e entrou na Suipa. Aí, descobriu que o que voa mesmo é notícia. "O povo começou a saber que eu era da Suipa e começou a jogar (os animais). Fiquei com uns 60 lá e acabei me mudando", conta.

Os 60 cães foram junto com ela para um sítio em Niterói. Eram 60. Hoje são 580 cachorros, sem contar os bodes, cavalos, gatos e outros inquilinos ainda por chegar. "Nós vamos colocar os galos de briga que não queremos que virem sopa. Também estamos tomando conta porque eles foram retirados de rinha", adianta.

Isabel Cristina fez uma opção de vida. Alguns amigos nem a visitam mais. Até porque não é muito fácil entrar na casa da anfitriã. "Ninguém me assalta!", avisa.



Arquitetura modificada
Gatinhos na varanda. Casinhas amontoadas no sofá da sala. E uma surpresa em cada porta. Não há um só cômodo que não esteja ocupado. "Eu não tenho mais onde enfiar cachorro. Então, peguei a casa e transformei os cômodos em canis. Na cozinha, tem um cachorrinho", conta Isabel Cristina.

A área de serviço também foi ocupada. E assim são cumpridas todas as tarefas domésticas. Da roupa lavada à preparação do almoço, Isabel Cristina está sempre na companhia dos animais.

Cada gato é como um filho para a veterinária Andréa de Jesus Lambert, que tem mais de 60 em casa. Ela começou recolhendo bichinhos doentes, mas, depois de curá-los, não tem mais coragem de botá-los no olho da rua.

"Acabei com a casa cheia de gatos porque estou tentando melhorar a vida deles, tentando dar um dono, uma vida digna. As pessoas não fazem isso, pelo contrário, elas abandonam. Todos que estão aqui tinham donos e foram abandonados, nenhum nasceu na rua", conta.

Andréa esteriliza os gatos e procura por pessoas que possam adotá-los. Mas é mais fácil achar gente disposta a se desfazer dos bichos do que interessados na adoção. "Deixam o animal indefeso e acham que ele não tem sentimento e pode ser descartado como objeto. A falta de amor é que me incomoda mais", diz Andréa.



Esterilização
No ano passado, só a prefeitura do Rio de Janeiro esterilizou 10,5 mil cães e gatos. O problema é que cada casal de animal não esterilizado é capaz de gerar até 40 filhotes por ano, e ninguém sabe direito quantos desses animais são abandonados todos os dias nas ruas do Rio.

Projeções com base em estatísticas da Organização Mundial de Saúde estimam cerca de 10 milhões de gatos no Brasil e 20 milhões de cães. Não dá para saber quantos foram abandonados. Certo mesmo é que um dia todos tiveram um dono.

"O animal humano tem que, primeiro, perguntar: 'Por que eu quero ter um animal em casa, se é um ser vivo que vai durar, em média, no caso do cão, uns 15 ou 16 anos?'. Essa é a primeira pergunta para começar a diminuir o abandono", orienta Isabel Cristina.

Ana Lúcia fez essa pergunta a si mesma no momento em que achou um cão doente na rua e o levou para a Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa). Não quis voltar para casa de mãos vazias e achou que podia encontrar a resposta no berçário dos filhotes. Por alguma razão, uma vira-lata malhada foi parar no seu colo.



Adoção
"Quando a gente entra ali, parece que todos eles pedem para vir. E tem um que você acha que tem que ser aquele, não tem explicação", diz.

A papelada de praxe, o compromisso assinado. Tudo rápido e simples. Meia hora de viagem pelo subúrbio do Rio e, pronto, a cachorrinha já tem um novo lar. O marido ficou sabendo na hora.

"Uma cachorrinha. Bom, muito bom!", elogia. "Ele já está acostumado", diz Ana Lúcia. Para quem já tem cinco vira-latas adotados, um a mais... Mel, a cadelinha, já se sente em casa. E Ana Lúcia agora já sabe por que quis adotar mais um cão.

"A gente pensa que está fazendo bem para o bicho, mas acaba fazendo bem para a gente. É uma troca. Essa é a parte mais interessante, não tem preço. Ele me dá amor. E quem não gosta de receber amor? Dizer que ama é muito fácil. Eles não dizem, eles mostram. Eles não raciocinam, então, demonstram no olhar, numa lambida. Tudo isso é amor. Eu, pelo menos, vejo dessa maneira", finaliza Ana Lúcia.



  Dr. Dolittle brasileiro também fala com os animais
G1-Globo online | 3/9/2007 17:52:32

O veterinário André Sena Maia fala mesmo com os bichos ou ele não bate bem? "Eu falo mesmo com eles. Às vezes, acham que sou meio maluco. Conversamos com chimpanzé, por que não com os outros? Mas eu não entendo o que eles falam", brinca doutor André, da Fundação Zoológico de Niterói (Zoonit).
Pode até não entender, mas a comunicação do veterinário com os animais é quase perfeita. Como quase todos os bichos do Zoonit, o leão foi abandonado. O animal foi deixado numa jaula, na Região Metropolitana do Rio.

"Como tem uma exigência nutricional muito alta, a pessoa que cuidava dele usava cachorro, gato e até cavalo atropelado para alimentá-lo. Tanto que achamos ossadas de animais perto dele. A população vizinha começou a reclamar e questionar a segurança", conta doutor André.

Domesticado e bem alimentado, o leão às vezes troca o estrondo poderoso do rugido pela docilidade de um gato tamanho-família. "Os leões não têm instinto assassino como a gente pensa, eles só caçam quando é necessário. O leão macho toma mais conta do território do que caça propriamente. Mas como sente que nós alimentamos e cuidamos dele, ele gosta do ser humano", explica o veterinário, especialista em reabilitação.

Ele está acostumado a lidar com animais selvagens que são abandonados pelas pessoas depois da tentativa fracassada de transformá-los em bichinhos de estimação. Domesticar um macaco-prego, por exemplo, é o mesmo que levar para casa um transtorno infernal.

"São esses que as pessoas compram filhotinho e criam em casa como se fosse uma criança, trocam fralda e tudo mais. Mas quando chegam à maturidade sexual, em torno de dois ou três anos, eles começam a questionar a liderança – e questionam com força. Então, acabam mordendo e machucando as pessoas", diz o veterinário.

Abandono

Sem saber o que fazer com o problemão dentro de casa, as pessoas deixam os bichinhos nas praças, parques e terrenos baldios. A disseminação do macaco-prego – que é originário da Amazônia ocidental, mas foi espalhado pelo Brasil inteiro pelos traficantes de animais – ficou incontrolável. "São esses que invadem a casa das pessoas, abrem panelas, ligam a luz, abrem a geladeira. São animais extremamente inteligentes, mas são perigosos", ressalta o veterinário.

É para o Zoonit que o Ibama e a Polícia Florestal levam grande parte dos animais maltratados ou feridos que encontram por aí. Os da fauna nativa são tratados e depois devolvidos à natureza. Mas há casos em que a recuperação total é impossível.

"Esses animais também são atingidos por linhas de pipa que as pessoas deixam presas nas árvores. Uma coruja está com a asa amputada e não pode voltar para a natureza. Nós os deixamos aqui em exposição, para que as crianças vejam e aprendam a ter responsabilidade em relação ao simples brinquedo que é uma pipa. Uma simples linha de pipa pode condenar um animal como esse a viver para o resto da vida dentro de um zoológico", alerta o veterinário.

Outro condenado é um urubu, mascote do zoológico, também atingido pela linha de uma pipa. Ele virou pedestre, convivendo com os gatos, zanzando entre jaulas e gaiolas.

Hora da higiene pessoal do mais popular de todos os moradores do zoológico, o chimpanzé Jimmy. "A gente usa creme dental infantil porque ele não aprendeu a cuspir e engole a pasta porque é gostosa", conta doutor André.


Fiscalização

Jimmy foi apreendido numa blitz da Polícia Rodoviária. Levado para o zoológico, é tratado que nem gente. Alguns ambientalistas criticam a tentativa de humanizar os animais, mas doutor André diz que, no caso de Jimmy, que já era domesticado e que jamais será devolvido à natureza, o manejo acaba ficando mais fácil e mais prático.

"Temos que deixar o chimpanzé se socializar conosco, para nos socializarmos com ele. Podemos enfiar uma agulha e tirar o sangue dele voluntariamente. Poucos animais fazem isso. Ele aprendeu tudo só conversando com a gente. É uma por troca, logicamente, mas é conversando. Para deixar tirar sangue, ele teve que ganhar dois litros de refrigerante diet e um pacote de biscoito e mais um beijo da minha esposa", diz o veterinário.

Socializar-se é com o Jimmy mesmo, que vive sozinho na jaula, mas detesta a solidão. "Ele é capaz de enrolar o cobertor e colocar embaixo da porta de guilhotina para que a porta não feche e ele possa pegar a comida e voltar", conta doutor André.

Inteligente, divertido, brincalhão, mas com uma força descomunal, equivalente à de seis homens adultos. Nada é mais perigoso do que um ataque de fúria de um chimpanzé. "Se o leão fugir, podemos ir para uma sala e nos escondermos. O leão, então, fica em volta da sala. Se o chimpanzé fugir e tiver raiva de você, ele força a maçaneta, sobe e tenta arrancar a telha para pegá-lo lá dentro", diz o veterinário.

Com o manejo adequado, o animal vira um grande amigo do tratador.



  SP tem o maior surto de dengue da história
G1-Globo online | 3/9/2007 17:54:07

O estado de São Paulo vive o maior surto de dengue da história. De janeiro a agosto deste ano, foram registrados 62.221 casos da doença. O número é 24% maior do que o total registrado em 2006 (50.027 casos). Neste ano já há 20% mais casos do que em 2001, quando o estado teve o maior número de infectados na história: 51.668.
Em 2007, 16 pessoas morreram de dengue hemorrágica. O mosquito transmissor da doença já foi encontrado em mais da metade das cidades paulistas.

Por causa do surto, a secretaria estadual de saúde fará a "Operação Pente Fino" de combate ao Aedes aegypti em 78 municípios, considerados o epicentro da doença no estado. Vinte e cinco munícipios que receberão a operação já haviam sido anunciados na semana passada. Só nesta segunda-feira a Secretaria completou a lista.

São cidades que tiveram grande número de casos ou alta incidência de dengue nos últimos três anos. Também serão incluídos municípios que ainda registram transmissão da doença nesta época de frio, além de locais turísticos, com grande fluxo de pessoas ao longo do ano.

O objetivo é agir nos próximos três meses, durante o período de "entressafra" do mosquito transmissor (Aedes aegypti), para evitar que a doença retorne com força no próximo verão. Para a operação, 110 profissionais foram contratados.

Dentre os trabalhos que serão realizados durante a operação estão o controle de imóveis estratégicos (cemitérios, depósitos, ferros-velhos e prédios comerciais, por exemplo), auxílio na visita casa a casa, levantamento do nível de infestação de larvas do mosquito e ações para bloquear a transmissão da doença.

De Cuba
Há cerca de um mês, representantes da Secretaria de Saúde foram à Cuba, onde passaram por um estágio. O país é considerado referência em ações contra o mosquito Aedes aegypti.

Dentre as ações previstas para o fim deste ano, no período de baixa transmissão da doença, está a capacitação de gestores de saúde e profissionais médicos por todo o Estado de São Paulo, com foco no rápido diagnóstico de dengue ou casos suspeitos, para evitar que a doença evolua para quadros mais graves. Em novembro, deverá ser promovido um workshop estadual sobre a dengue.

Cidades com o maior índice de casos



Araraquara Assis
Barretos Barueri
Bauru Bebedouro
Bertioga Birigui
Botucatu Boituva
Buritama Campinas
Caraguatatuba Cubatão
Diadema Dracena
Embu Fartura
Guarujá Guarulhos
Hortolândia Iepê
Igarapava Ilha Solteira
Itanhaém Itapevi
Itu Ituverava
Jandira Jardinópolis
Jaú Junqueirópolis
Limeira Lins
Marília Matão
Miguelópolis Mirante do Paranapanema
Mirassol Mongaguá
Olímpia Osasco
Ourinhos Paulínea
Penápolis Pereira Barreto
Peruíbe Piracicaba
Praia Grande Presidente Epitácio
Presidente Prudente Presidente Venceslau
Rancharia Rosana
Rio Claro Ribeirão Preto
Salto São José do Rio Preto
Santo Anastácio Santos
São João do Pau D'Alho São Paulo
São Vicente Sorocaba
Sumaré Taboão da Serra
Taquaritinga Taquarivaí
Taubaté Tupã
Tupi Paulista Ubatuba
Valparaíso Votorantim
Votuporanga



  Brasil defende criação de organismo multilateral de meio ambiente
Valor online | 3/9/2007 17:54:37

RIO - Os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Meio Ambiente, Marina Silva, citaram hoje a necessidade de criação de um organismo multilateral que tenha por fundamento os pilares ambiental, econômico e social. Os ministros discursaram na abertura da Reunião Ministerial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: Desafios para a Governança Internacional, que conta com a presença de ministros e autoridades de 22 países, entre os quais EUA, a federação russa, França e Argentina.

Celso Amorim defendeu diretamente a criação de uma organização ou agência no sistema das Nações Unidas e frisou que o comprometimento ambiental, econômico e social deve estar reconhecido na própria denominação da entidade que venha a ser criada.

Uma das maneiras de se pensar essa nova estrutura seria concebê-la como uma organização guarda-chuva, com responsabilidades nas dimensões normativa, de cooperação e de financiamento, que fizesse o máximo uso possível dos órgãos existentes. Nesse contexto, caberia examinar qual o papel que a Comissão de Desenvolvimento Sustentável poderia assumir, disse Amorim.

Marina Silva ressaltou as diferenças de expectativa dos diversos países sobre o tema ambiental, mas lembrou que há um consenso sobre a necessidade e a urgência de aperfeiçoamento dos mecanismos existentes. Em seu discurso, Marina disse ser embaraçoso explicar para opinião pública porque acontecem tantas conferências e existem tantos organismos ligados ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável enquanto o processo de degradação ambiental continua. Segundo a ministra, a estrutura das Nações Unidas foi pensada quando não havia idéia da importância do meio ambiente.



  Brasil pede criação de órgão sobre ambiente dentro da ONU
Estadão | 3/9/2007 17:55:07

RIO DE JANEIRO - O Brasil pediu na segunda-feira a criação de uma nova entidade dentro da Organização das Nações Unidas que reforce o âmbito institucional da governabilidade ambiental internacional.

A nova organização ou agência "deve contribuir para a coesão e a eficácia das instâncias existentes", disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na abertura da Reunião Ministerial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável -- Desafios de Governabilidade, no Rio.

O encontro informal de ministros das Relações Exteriores e do Meio Ambiente das Américas, da Europa e da Ásia acontece 15 anos depois da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, que aconteceu no Rio.

"Os graves desafios de 15, 10 e até 5 anos atrás ficaram mais graves. Não podemos esperar que o quadro piore mais", disse Amorim, ressaltando que as novas evidências científicas sobre as mudanças no clima "reforçam a necessidade de medidas eficazes e urgentes".

Essas medidas, segundo ele, "devem conduzir a um crescimento econômico com níveis menores de emissões globais, respeitando o direito das populações dos países em desenvolvimento a usufruir de seus recursos de forma sustentável".

Ao abrir o encontro, que durará dois dias, Amorim disse que a nova organização que se propõe deveria incorporar as perspectivas, as necessidades e as circunstâncias específicas dos países em desenvolvimento.

"Uma das formas de pensar essa nova estrutura seria concebê-la como uma organização do tipo guarda-chuva, com responsabilidade nas dimensões normativa, de cooperação e de financiamento, que faça o máximo uso possível dos órgãos existentes."

Amorim e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltaram os esforços brasileiros para desacelerar o desmatamento na Amazônia. Também destacaram o uso de fontes de energia limpa e renovável, especialmente os biocombustíveis.

"O Brasil não tem poupado esforços na difusão dos benefícios que os biocombustíveis podem trazer: mais segurança energética, diminuição da dependência dos combustíveis fósseis, combate ao aquecimento global e redução da fome e da pobreza no mundo", disse Amorim.

O Brasil é o principal produtor mundial de etanol, o álcool fabricado a partir da cana de açúcar.

Foram convidados para a reunião do Rio ministros de países considerados muito atuantes no tema do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, como Argentina, Costa Rica, México, Venezuela, Estados Unidos, Rússia, França, Índia, Itália, Indonésia, Japão, Grã-Bretanha e África do Sul.



  EXCLUSIVO: O acaí é nosso... até quando?
Ambiente Brasil | 3/9/2007 17:55:39

Uma notícia publicada no clipping de AmbienteBrasil no dia 20 passado vem sendo questionada por leitores do portal, que percebem nela uma maquinação de grupos internacionais para reduzir o mercado de um produto tipicamente brasileiro, em ascenção ininterrupta há anos: o acaí.

A reportagem, sob o título Açaí faz 1 vítima de doença de Chagas a cada 4 dias na Amazônia deixou muita gente com a pulga atrás da orelha, para usar um dito tão popular quanto a fruta – sobretudo entre os atletas.

"A notícia e a manchete foram montadas com clara intenção sensacionalista", disse o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, em e-mail enviado à redação de AmbienteBrasil.

"Dá para desconfiar. Os grandes grupos sempre conspiraram abertamente contra qualquer coisa que lhes tire algum mercado. E a verdade é que o consumo do açaí brasileiro ganhou dimensão tal que os está mesmo incomodando", escreveu ele.

O químico e sociólogo Luis Américo Cavalcante de Oliveira também externou suas suspeitas, desta vez no campo específico para comentários em cada notícia – o Espaço do Leitor. "A cobiça internacional está de olho em todas as nossas potencialidades", escreveu. (...)"São informações plantadas com a finalidade de dificultar o uso por nós das nossas poltencialidades e nosso progresso. Com tecnologia, podemos muito bem fazer uso de todos os nossos recursos naturais e convivermos harmoniosamente com o meio ambiente, ao qual pertencemos e do qual dependemos para nossa sobrevivência".

Carolina Salsa, uma das mais ativas participantes do Espaço do Leitor, lembrou que o açaí está avançando a passos largos nos mercados da região centro-oeste, sudeste e sul do Brasil. "Somente no Rio de Janeiro, são consumidos 500.000 quilos/mês. O açaí já ultrapassou as fronteiras do Brasil, sendo muito consumido na costa leste dos USA, principalmente em Miami, o que está fazendo com que o açaí desperte interesses internacionais".

A maior preocupação foi demonstrada por um dos prejudicados diretamente pela associação entre o fruto brasileiro e a doença de Chagas. "Quando a noticia sai distorcida ou mal explicada, vira um desastre e, até provar que focinho de porco não é tomada, às vezes fica um pouco tarde", escreveu Carlos Oliveira, em e-mail à redação de AmbienteBrasil. Ele é um dos fornecedores de acaí da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu, no Pará, que exporta o fruto para vários países.

"O processo é de um grau de segurança sanitária de fazer inveja", garante, fazendo um contraponto ao sistema que provavelmente está causando problemas na Amazônia. "No caso da transmissao do barbeiro, via suco de acaí, ele é preparado de forma rudimentar, socado com um pedaco de pau em uma coisa tipo pilão de socar farinha, e mal lavado pelos ribeirinhos".

No aspecto da conservação ambiental, o acaí também tem seus méritos. O pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi, Rodolfo Salm, PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, já defendeu em um artigo o plantio da fruta como alternativa econômica à soja e à pecuária, atividades que, como se sabe, têm impactos catastróficos sobre a cobertura florestal brasileira, especialmente na Amazônia.

Apesar do sucesso do fruto em solo brasileiro e no mercado exterior, o interesse do agronegócio ainda é tímido – quase inexistente. E Salm explica o porquê: "açaizais começam a frutificar cerca de cinco anos depois de plantados e outros tantos anos ainda são necessários até que se tenha uma produtividade comparável a açaizais naturais ou cultivados estabelecidos. Infelizmente, este parece ser um horizonte distante demais para o típico capitalista do agronegócio, que é capaz de plantar e colher até duas safras de soja por ano".

Que seja. Mas quem investiu neste fruto - cujas propriedades apregoadas incluem altas concentrações de antocianina, poderoso antioxidante também presente na uva, que combate os radicais livres associados ao câncer e ao envelhecimento precoce – não tem motivos para queixa.

O portal do Governo do Pará informa que foi de cerca de R$ 40 milhões o volume de negócios registrado na II Frutal Pará e VII Flor Pará, encerrados no sábado 23, no Hangar – Centro de Convenções & Feiras da Amazônia. Somente na Rodada de Negócios coordenada pelo Sebrae naquele estado, o montante chegou a R$ 28 milhões, sendo que 60% da comercializacão referiu-se a produtos da polpa do açaí.


  Salvem o planeta antes que seja tarde, diz papa Bento 16
Ambiente Brasil | 3/9/2007 17:56:02


O papa Bento 16, liderando o primeiro encontro ecológico de jovens da Igreja Católica, disse neste domingo a meio milhão de pessoas que os líderes mundiais devem tomar decisões corajosas para salvar o planeta "antes que seja tarde demais".

"Um ''sim'' decisivo é necessário em decisões para proteger a criação, assim como um forte comprometimento para reverter tendências que arriscam levar a irreversíveis situações de degradação", disse o papa, 80 anos, em seu sermão.

Vestindo trajes verdes, ele falou a uma vasta multidão, composta principalmente de jovens, na cidade de Loreto, em um evento em que a Igreja Católica celebra seu dia anual para salvar a criação.

Mais de 300 mil pessoas dormiram em colchonetes e barracas, rezando durante a noite de sábado para domingo. Organizadores disseram que mais 200 mil fiéis de toda a Itália chegaram para a celebração na manhã de domingo.

"Novas gerações serão encarregadas do futuro do planeta, que carrega sinais de um tipo de desenvolvimento que nem sempre tem protegido os delicados equilíbrios da natureza", afirmou Bento 16.

Fazendo seu mais forte apelo ambiental até agora, ele disse ainda que "escolhas corajosas que podem recriar uma forte aliança entre o homem e a terra devem ser feitas antes que seja tarde demais".


  Desmatamento aquece Amazônia em até 4ºC, diz Inpe
Ambiente Brasil | 3/9/2007 17:56:29

Uma das perguntas que mais tiram o sono dos estudiosos da Amazônia é quanto desmatamento precisa ocorrer para que o clima local mude. Pelo menos para uma região da floresta, cientistas brasileiros acreditam já ter uma resposta: 40%.

Substituir esse total de mata nativa por soja ou pasto pode causar aumentos de temperatura de até 4ºC e uma redução de até 24% nas chuvas durante a estação seca na porção leste do território amazônico.

A área em questão abarca Pará, Amapá, Roraima, Maranhão, Tocantins e um pedaço do Amazonas. Trata-se da metade naturalmente mais seca dos 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal. E também uma das mais desmatadas: de 18% a 20% das florestas ali já cederam lugar à agropecuária, contra 15% da média amazônica total.

A conclusão é de um estudo feito pelo Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, com participação de pesquisadores das universidades federais de Minas Gerais e de Viçosa. O trabalho, que será publicado em setembro no periódico "Geophysical Research Letters", cruza pela primeira vez modelos climáticos computacionais com cenários realistas de desmatamento.

Ele aponta que, além do aquecimento global, a destruição da floresta também pode levar à chamada savanização, processo no qual o clima quente e úmido típico da Amazônia dá lugar a um clima quente e seco característico do cerrado. Nesse clima, a vegetação densa da floresta tropical não sobrevive - e cede lugar à savana.

O conceito de savanização foi proposto em 2003 por Marcos Oyama e Carlos Nobre, do Inpe. Com base em modelos que uniam clima e vegetação, eles estimaram que o aumento da concentração de gases-estufa poderia levar a floresta a um novo "estado de equilíbrio".

Os cientistas sabiam que o desmatamento também tem potencial "savanizante". Isso porque o clima na Amazônia depende das árvores, que regulam a umidade e a quantidade de luz solar que chega ao solo. Quanto menos floresta, em tese, mais quente e seca será a região.

Só que até agora uma questão permanecia em aberto: quanto de desmatamento provocaria essa mudança de equilíbrio?

A pergunta era difícil de responder com os modelos usados até então. "Eles eram aleatórios, alimentados ou com um cenário extremo --de 100% de desmatamento-- ou com um total que o pesquisador chutava", disse à Folha Gilvan Sampaio, climatologista do Inpe que liderou o novo estudo.

Destruição gradual - Para atacar a questão, Sampaio e seus colegas usaram as estimativas de desmatamento produzidas pelo grupo de Britaldo Soares Filho, da UFMG (www.csr.ufmg.br/simamazonia). "Esta é a primeira vez que são utilizados cenários futuros de mudanças no uso da terra que se baseiam no que realmente vem ocorrendo na Amazônia. Com isso, podemos analisar como será o comportamento da chuva, temperatura etc. à medida que a Amazônia é gradualmente desmatada", diz o cientista do Inpe.

O modelo também tentou capturar as diferenças de temperatura e precipitação causadas pela substituição da floresta por soja ou pasto, os dois usos mais comuns (e lucrativos) da terra na região.

O que as simulações em computador mostram é que o clima começa realmente a mudar quando a taxa de desmatamento é maior do que 40%.

A redução mais grave no total de chuvas ocorre nos meses de verão amazônico (junho, julho e agosto) e nas simulações nas quais a mata é substituída por soja. Segundo Sampaio, isso acontece porque o ciclo anual da soja deixa o solo mais claro, aumentando a incidência de radiação solar.


  Aranhas tecem teia duas vezes maior do que campo de futebol
Estadão | 3/9/2007 17:56:59

SÃO PAULO - Uma gigantesca teia de aranha foi encontrada no Parque Estadual Lake Tawakoni, no Estado do Texas (Estados Unidos).

A teia foi criada por milhões de pequenas aranhas, que conseguiram fazer com que ela ficasse com o dobro do tamanho de um campo de futebol.

A teia cobre uma distância de 180 metros, uma área de árvores e arbustos do parque.

Guardas florestais não sabem a razão das aranhas terem juntado suas forças e descrevem a teia gigante como um "fato raro".

A superintendente do parque, Donna Garde, convidou especialistas em insetos e aracnídeos para estudar a teia.

Os guardas florestais dizem esperar que a teia resista até o outono no hemisfério norte, quando as aranhas começarão a morrer.


  Brasil subestima mercado de carbono, diz empresário pioneiro
Folha online | 3/9/2007 17:58:16

O fluxo de dinheiro que vai correr no mercado de créditos de carbono neste ano é de US$ 1 bilhão. Esse valor corresponde a um décimo do potencial do negócio, que vai começar a esquentar mesmo em 2008.
Mas o Brasil está perdendo fatias cada vez maiores desse bolo para os suspeitos de sempre --China e Índia--, na avaliação de um dos principais empresários do setor, o engenheiro agrônomo Pedro Moura da Costa.

"Não existe um empenho tão grande em fomentar esse setor. Tem de haver um dinamismo maior no governo brasileiro", avalia Moura da Costa. Carioca de 43 anos, há ele dez criou a EcoSecurities, empresa sediada em Londres que fez a intermediação e a consultoria de quase 20% dos contratos em curso (422 no total) no mercado de carbono oficial.

Conforme prevê o Protocolo de Kyoto, o acordo internacional contra as emissões de gases de efeito estufa, o mercado mundial de carbono gira em torno de papéis que são emitidos por projetos que reduzam a emissão de gás carbônico ou outros gases que esquentam o planeta.

Pode ser um aterro sanitário, que evite emissão de metano, ou uma usina de álcool, que corte emissões de CO2. Esses papéis, provenientes de nações ricas ou pobres, são comprados por países ricos que têm metas de redução de emissões a cumprir por Kyoto.

"O Brasil já teve uma participação maior na nossa carteira. Há dois anos, ele representava 30% dos nossos negócios. Hoje, essa participação caiu para 12%", explica Moura da Costa.

Radicado em Londres, o empresário se formou pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro antes de ir para a Malásia, onde a idéia de abrir a empresa surgiu. Se todos os certificados comercializados pela empresa (hoje presente em 27 países) fossem pagos ao mesmo tempo, isso renderia o total de 1,7 bilhão.

Uma das razões da queda do desempenho brasileiro, diz, é a atitude do governo. Como todo projeto de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) --que gera os créditos de carbono-- tem de ser aprovado na esfera governamental, o funcionamento dessa engrenagem passa a ser fundamental para todo o sistema.

"No Brasil, o processo é muito moroso, burocrático e, às vezes, você tem a impressão de que não há interesse por parte do país em fomentar essa atividade e atrair divisas por meio da emissão de créditos. Gradativamente, o Brasil perde espaço para países como China e Índia, que estão muito mais empenhados em usar esse mecanismo", disse Moura da Costa à Folha. Leia a entrevista.

Folha - Apesar de serem negociados desde 2005, os créditos de carbono ainda não estão gerando um fluxo grande de dinheiro. Quando isso vai ocorrer?

PEDRO MOURA DA COSTA - Esses contratos funcionam como se fossem os de eletricidade. A primeira coisa que o empreendedor procura é quem vai comprar a energia, por qual preço e período. Você pode fazer a entrega e também o pagamento no futuro. Os créditos estão sendo obtidos desde 2005. Já no ano que vem, um grande volume de recursos vai ser efetivamente transferido. É um mercado de US$ 10 bilhões por ano, o que equivale a 1 bilhão de toneladas de carbono aproximadamente, levando em conta o preço de US$ 10 a tonelada.

Folha - O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo já está totalmente azeitado? A forma de como fazer esses contratos já é um consenso?

MOURA DA COSTA - A parte contratual, o desenvolvimento dos projetos e as questões financeira e legal estão azeitadas. Mas a administração do MDL por parte da ONU (Organização das Nações Unidas) continua a desejar. É tudo muito burocrático. A junta executiva da instituição é composta por servidores públicos que trabalham em tempo parcial nesse tema. Basicamente, eles deliberam sobre um mercado de bilhões de dólares por ano, mas sem o profissionalismo necessário.

FOLHA - Mesmo que as engrenagens funcionem a todo vapor, o mercado e o Protocolo de Kyoto vão conseguir resolver sozinhos a questão do aquecimento global?

MOURA DA COSTA - Isso é um outro aspecto. As metas de Kyoto são incipientes para controlar o [aquecimento do] clima. Definitivamente, Kyoto não vai resolver o problema. Mas, na época, Kyoto foi importante, é o que se conseguiu negociar. Agora precisa ser criada uma consciência global de que os objetivos precisam ser muito mais ambiciosos.

FOLHA - Quer dizer que agora as atenções precisam ser centradas no pós-Kyoto?

MOURA DA COSTA - Não gosto do termo pós-Kyoto. É melhor falar no segundo período do protocolo. Agora, como será essa nova etapa, qual vai ser o comprometimento de todo mundo, vai depender do sucesso ou não da primeira fase. É muito importante que todos nós façamos essa fase inicial andar bem, com o MDL no centro de tudo isso, para que os grupos políticos possam adotar metas mais ambiciosas no futuro.

FOLHA - Nessa segunda fase de Kyoto, o Brasil deveria adotar metas de redução das emissões dos gases de efeito estufa?

MOURA DA COSTA - Mais cedo ou mais tarde vai haver a necessidade de um engajamento mais amplo. Hoje, o mundo está dividido nos países industrializados e em industrialização, esses não precisam reduzir suas emissões. Tudo bem, numa fase inicial, apenas os primeiros tiveram obrigações, mas o problema é que as emissões de países como o Brasil e a Índia estão crescendo muito. É inevitável que esses países sejam forçados a controlar suas emissões também. Isso será uma evolução normal e ética, assim como também foi ético o Brasil não ter metas nessa primeira fase.



  Brasil já tem mais biodiesel do que precisa
Power / Agência Estado | 3/9/2007 17:58:49

Segundo o Ministério das Minas e Energia, o País já tem capacidade de produzir mais que o dobro da quantidade de biodiesel necessária para atingir a cota de 2% de adição ao óleo diesel, que passa a ser obrigatória a partir de janeiro de 2008.

Até o fim de agosto, 40 usinas já estavam em operação, com capacidade total para produzir 1,685 bilhão de litros por ano. Para completar a cota de 2% prevista na lei federal que estabeleceu o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel são necessários apenas 840 milhões de litros.

Além das usinas em atividade, outras 21 unidades produtivas estão em processo de autorização na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e na Secretaria da Receita Federal. Se autorizadas, será mais 1,456 bilhão de litros de capacidade, elevando o potencial de produção do País a 3,141 bilhões de litros, quase quatro vezes a demanda prevista para o ano que vem. Mais 6 usinas, com capacidade para produzir 508 milhões de litros, estão em fase de construção.

"A resposta do setor privado foi acima do esperado", diz Arnoldo Campos, coordenador do Programa Nacional do Biodiesel no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). "Com os sinais emitidos pelo governo e pelo próprio mercado internacional, o pessoal investiu por conta e risco na construção de usinas em todo o País".

O excesso de oferta, segundo ele, deve comprometer a rentabilidade das empresas, uma vez que as distribuidoras vão ter um enorme poder de negociação. "Vai haver uma disputa muito forte para ver quem vai suprir a demanda, já que alguém vai ficar de fora, porque cabe só a metade do que tem", afirma o coordenador.

Uma das saídas seria a exportação, mas o mercado externo para esse tipo de combustível ainda é apenas uma promessa. "Se não tem mercado externo nem para o álcool, imagine para o biodiesel", diz Campos. "Os biocombustíveis, de maneira geral, ainda vão depender do mercado interno por alguns anos".

O cenário atual de oferta muito maior que a demanda pode levar ao fechamento de usinas antes mesmo de o programa do biodiesel deslanchar, diz o consultor em economia internacional Adriano Banayon."Qualquer empresa que esteja investindo para produzir e não consegue vender sua produção numa medida razoável corre sério risco de ficar no vermelho", argumenta o consultor. "Daí até fechar as portas é questão apenas de tempo, porque o dinheiro aqui no Brasil é muito caro."

Para Benayon, o governo deveria aumentar o porcentual de adição do biodiesel ao diesel. "Tecnicamente, a mistura poderia chegar a até 50% sem prejuízo para o motor dos veículos."

Arnoldo Campos, do MDA, conta que já se discute dentro do governo alternativas para garantir a motivação do setor privado para investir no biodiesel. Ele lembra que o presidente Lula já anunciou que pretende antecipar de 2013 para 2010 a segunda fase do programa que prevê adição obrigatória de 5% de biodiesel ao diesel. Segundo ele, o cronograma pode ser acelerado ainda mais.

"A cota de 2% é apenas um degrau para chegar ao 5%, que sempre foi uma meta", diz Campos. "Mas antes precisávamos ter capacidade de produção, além de testar o biodiesel no País."

Os testes técnicos para uso da cota de 5%, que estão sendo feitos com a participação do setor automobilístico, deverão estar concluídos até o fim do ano. "É bem provável que já em 2008 seja autorizada a adição não obrigatória de 5% no diesel."

Para não ficarem reféns do mercado interno, algumas empresas estão se associando a fundos estrangeiros, que podem facilitar negócios no exterior. A Bionasa Combustíveis Alternativos, do Grupo Jaraguá, por exemplo, associou-se recentemente à companhia britânica Trading Emission PLC (TEP) para a construção de um complexo industrial de biodiesel em Porangatu, no interior de Goiás. A usina, que deverá entrar em operação em meados do ano que vem, terá capacidade inicial de produzir 200 milhões de litros por ano.

Na segunda etapa, prevista para ser concluída em 2010, a capacidade será ampliada para 400 milhões de litros. "A vantagem de ter um sócio como a TEP é a abertura comercial para a Europa", diz Francisco Barreto, presidente da Bionasa. Ele conta que já recebeu propostas de países europeus para compra futura de toda a produção da usina. "Só não fechei negócio porque acho que os preços vão subir."




Esta é uma mensagem automática do CRBio-2 por você estar cadastrado no NewsLetter / Não responda este email.
Para remover seu e-mail da lista visite o site do CRBio-2 | www.crbio2.org.br
Enviado em 3/9/2007 17:59:01

Nenhum comentário:

Postar um comentário